sábado, 26 de dezembro de 2009

Recomeça….



Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…
Miguel Torga

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal e Próspero Ano Novo



Então é natal, e o que você fez?
O ano termina, e nasce outra vez.
Então é natal, a festa Cristã.
Do velho e do novo, do amor como um todo.
Então bom natal, e um ano novo também.
Que seja feliz quem, souber o que é o bem.
Então é natal, pro enfermo e pro são.
Pro rico e pro pobre, num só coração.
Então bom natal, pro branco e pro negro.
Amarelo e vermelho, pra paz afinal.
Então bom natal, e um ano novo também.
Que seja feliz quem, souber o que é o bem.
Então é natal, e o que a gente fez?
O ano termina, e começa outra vez.
E entao é natal, a festa Cristã.
Do velho e do novo, o amor como um todo.
Então bom natal, e um ano novo também.
Que seja feliz quem, souber o que é o bem.
Harehama, Há quem ama.
Harehama, ha...
Então é natal, e o que você fez?
O ano termina, e nasce outra vez.
Hiroshima, Nagasaki, Mururoa ..

(Simone)


Um Natal bastante iluminado, para todos vós e vossos familiares

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Olhar teu…


No teu olhar encontro a luz
Serenidade que necessito
Ternura que me amolece
Carinho que me percorre;
Teu olhar mesmo de soslaio é único
Travesso quanto baste
Alegre em incomensurável paixão
Desperta a chama de te amar;
Esse teu olhar me acalma
Acalenta meus sonhos
Dá força na medida certa
Para caminho proseguir;
Esse teu olhar me beija no levantar
Perdoa na vulgaridade
Atravessa a mente e me descobre
Beija, enlaça em doçura;
Esse olhar teu, que me envolve
Usufrui a alma minha
Me segue na fluidez da vida
Se desdobra, multiplica
Na envolvência de amar.

Esse teu olhar tão certo
De querer meu ofertado
Em silêncios que decerto
Num amor acalentado
Mostra a limpidez da alma
Num suave brilho que dá
Numa lonjura de calma
Que junto de mim estará

Esse teu olhar me encanta

A luz que dos teus olhos brilha, me mostrará sempre o caminho nos desvarios e na ilusão do meu sentir.

21/12/2009
Karl d’Jo Menestrel

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Na vida mais uma luz.



Sinto os meus olhos rindo
Brilhantes por nascimento
Como clareando, colorindo
Todo este imenso momento

Crias alegria, encantamento
Trouxeste no frio, calor
Num jubilo, contentamento
Nos mergulhaste em amor
Num constante pensamento

Que em glória sejas alguém
Em sabedoria um primor

Que na vida encontres sabor
Fraternalmente te quero
Resolvido e sabedor
Assim na vida me alegro
Na tua vida muito amor
Cada peça em ti se ajuste
Intrinsecamente feliz
Sobejamente forte, aguerrido
Com almejada satisfação
O meu imenso amor querido
Eu sinto em meu coração

Nasceste na urze do campo
Em flor nascida da Rosa
Mulher terna… Calorosa.

Todo o ser amolece, frente ao encantamento de novo renascimento

10/12/2009
Karl d’Jo Menestrel

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Passo desencontrado…



Desacelero, acerto o passo
Avivo e marco a cadencia
Mais comprida, mais curta
Que interessa agora o compasso
Continuo a andar num passo
Moderado, como vadio
Seguindo sem rota marcada

Já nem consigo pensar
Encontro só um vazio
Porquê o passo acelerar.
Se vagueio em meu andar
Contorno esquinas e muros
Procurando no andamento
Ver-me livre do pensamento

Sem pauta, letra ou ponto
Me julgando de mansinho
Na apatia me confronto
Tentando sair de fininho
Colocando passo sobre passo
Continuar em meu caminho
Andando num contraponto
Procurando rua, que não encontro

Me doem pés de tanto andar
Estou cansado de tanto passo
Vou deter este caminhar
E deixar este erro crasso
Que não me deixa parar


Na encruzilhada, temos mapa, nos indicam caminho ou nos intuímos nos preparos antes tidos. De nada vale, molhar o dedo e sentir de que lado o vento sopra.

09/12/2009
Karl d’Jo Menestrel

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Via soberana



Lírio do campo Alentejano

Somos dois lírios nos ermos
Meditando em nossos seres
Mas somos nós sem pareceres
Procurando os nossos termos

Tropeçando, mas não enfermos
Empolgando próprios viveres
Em jornadas de nossos quereres
Na mutação sem antevermos

Renovadas primaveras temos
Nunca se ouvirá um gemido
Buscando a existência agarremos

E toda a nossa vida fará sentido
Envolvidos no júbilo exultemos
No recordar momento… já vivido.

Se não encontro logo o caminho, não me desiludo, pois sei que continuarei a procurar, não na teimosia, mas reconhecendo que me engano.

07/12/2009
Karl d’Jo Menestrel

sábado, 5 de dezembro de 2009

Peleja




Na guerra e no amor
Não se conta a armaria
Quase tudo é sofrimento
Uns de tormento e dor
Outros de louco ardor

Ainda que em fingimento
E no calor da refrega
Se encontrem foragidos
Que à luta dizem não
Sem o sabor da vitória
Ficam lerdos na paixão

Saem os vivos cansados
Em esforços demonstrados
E nos fervores criativos
Saem triunfadores, altivos
Por alcançarem glória
Pois…
Dos fracos não reza a história.

A sanidade perdura, se não chegar a loucura de uma doida paixão.

05/12/2009
Karl d’Jo Menestrel

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Metáfora à utopia




Das muralhas do meu castelo
Vejo o horizonte distante
Vejo o mar… O mar salgado
Da torre ou do mirante
Atrás de ameias me escondo
Resguardo de tanta luz
Me ofusca o querer ver
A alma, a ilusão o sonho
Turva todo o meu ser

Nas muralhas do meu castelo
Ondas batem na pedra
Trazidos por marés e ventos
Batem leve, levemente
Como os meus pensamentos
Se enrolam, se espraiam
Nas areias que me cercam,
Criando rebentamentos

Me cerquei em utopia
Vão olhar no obscuro 
Aprumo sem letargia
Sem delonga m’aventuro
Mas que sempre acredito
Que no sonho estou feliz
Meu castelo tem um dito
Que me faz ledo de raiz
‘Se paro logo enferrujo’…

O sonho me fortalece, me faz ir mais além do pensamento.

04/12/2009
Karl d’Jo Menestrel

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Carta a Maria…



Qualquer dia vou ter consigo
Pois faz tempo me contradigo
Buscaremos o bacalhau no “Leite”
Passearemos por jardim e parque
Para nosso extravagante deleite
Pois não quero que me remarque
Como extravagante, snob e loco
Beberei exuberante... água de coco
Sentados na areia quente, sentiremos o calor
Veremos o pôr-do-sol se escondendo no mar
A luz do prateado luar que me irá mostrar
Por essa ria encantada da vivência em seu morar
Me mostra então encantos
De praias, ruas, avenidas e recantos
Da sua cidade de carnavais, tão linda.
Quero também andar na BR-101
Conhecer outras cidades e Olinda
Quero absorver tudo e não ser mais um,
Saber das areias onde coqueiros por momentos
Se espreguiçam nas indolências dos ventos
Ver as praias onde as espumas espraiadas,
Por belas e quentes ondas são levadas

Me leva a cadeira de esplanada
Para gentes ver, estar e conversar
Como coisa bela, encantada
Cimentar a linda amizade criada.

Se você quer...

Será grande a emoção de estar consigo,
Num momento, dar abraço de amigo
Nesta oportunidade que almejo
Com toda a alegria dar… rechonchudo bejo.

As amizades, não são coisas fortuitas, mas sim uma consequência do nosso viver…

03/12/2009
Karl d’Jo Menestrel

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ilusão Irracional





Sinto-me enlaçado, na discrepante louca emoção,
Divago espreitar na janela ou entrar pela porta,
Experimento na alma alterações de quem corta,
Sentimento criado sem vontade de sair da ilusão.

É terça, mas poderia ser quarta para no momento,
Rever desejo certo da presente e sôfrega ambição,
No elevado ardor que me consome a forte paixão,
Nem sonhos ou ilusões pode acabar meu tormento.

Mas eu sempre fui assim, um boémio sonhador,
Agora e doravante com cunhos de emocionado,
Com vida em letargia por estas coisas de amor,

Fico para além da dor, quando contigo a meu lado,
Dos teus lábios de mel, permanece o sensual sabor,
Num absoluto êxtase de irracional apaixonado.

O meu mundo é pitoresco, porque o matizo em peculiares cores.

02/12/2009
Karl d’Jo Menestrel

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Etéreo movimento.



Vou levar-te comigo, por sonhos e prados
Em loucura, desalinho, na sublime paixão
Me mostro, te mostras numa altiva alusão
Criando quimeras que não somos culpados

Iremos num caminho, com sublime movimento
Em liberdade incontida, instruímos proclamação
Nossas grilhetas se soltam de pesada expiação
Em rebelde volúpia, criamos arrebatamento

Num Pégaso qual alado, iremos sóis percorrer
Entre tântricas evoluções, criaremos devaneio
Nas sensações incontidas veremos o entardecer

Para insólita cavalgada em perfeito manuseio
Na serva liberdade o trovador leva um querer
Tendo alforria arrolada e insensata no anseio


01/12/2009
Karl d’Jo Menestrel