domingo, 3 de janeiro de 2010

Pontos Cardeais




Me vejo a Norte
Sem a ínfima sorte
Ansiando sair por Sudoeste
Para me recrear em Nordeste
Nem num pequeno bote
Num sonho que de mim brote
Consigo sair do ponto
Mesmo ansiando encontro
Tão preso estou aqui
Numa roda que não parti

Mas um dia paro a roda
Me deixo perder no tempo
Agarro e levo a corda
E com caldeirão por medida
Solto as amarras da vida

Sem tempo de compensar
Me deixa sempre no ponto
Que não tem cais de amarrar
Existe sempre um desencontro
Que ofusca sonho de embarcar

Louca fuga, vã ilusão
De outros lugares buscar
Mas sinto forte paixão
De um dia vir ancorar

Por muito querer o passeio
Com ou sem bússola desnorteio

A minha linha é recta, mas ziguezagueando sobre a mesma eu… vou vivenciando.

03/01/2009
Karl d’Jo Menestrel

1 comentários:

Paula Barros disse...

Me fez lembrar que um dia estava tentando escrever algo assim:

Quando era pequenina bastava abrir os braços e de um lado ficava o norte e do outro o sul. Como eu era pequena bastava a distância de uma mãozinha a outra e os dois ficavam perto.

Quando eu era pequena que me falavam de Pedro Álvares Cabral e Colombo e Portugal, e eu via as Caravelas, pensava que Portugal era logo ali, e que quando eu crescesse ia ser fácil chegar lá.

Mas o quê? Nem o sul é tão perto, e muito mais longe é essa tal de Portugal.

Pois é, me sinto assim:
"Por muito querer o passeio
Com ou sem bússola desnorteio"

Deixa de andar em ziguezague e apruma essa bussóla. rsrs

beijos e abraços, no aguardo!